Instituto DOM e ISYN firmam parceria para capacitar empreendedoras na Rocinha
Ao longo de seis semanas, projeto auxilia mulheres em situação de vulnerabilidade a estruturar seus negócios
Para fortalecer o pilar de Geração de Renda, o Instituto SYN e o Instituto DOM acabam de firmar uma parceria para capacitar 16 microempreendedoras na Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ). O projeto será executado junto com a Nóiz Projeto Social.
O Instituto Dom surgiu durante a pandemia, com o objetivo de apoiar famílias em situação de crise. Com o tempo, o trabalho se consolidou ao perceber que os maiores desafios vinham após a pandemia, na retomada da vida e na reinserção no mercado. De acordo com Silvia Candida Nascimento, diretora de marketing do Instituto DOM, a missão do Instituto é valorizar o dom de cada pessoa e criar oportunidades reais, com foco no empreendedorismo e na capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade, especialmente mulheres negras, promovendo crescimento, dignidade e independência.
O Instituto Dom enxerga parcerias como a do ISYN de forma muito positiva. “Nosso trabalho é ampliar cada vez mais o alcance das nossas ações por meio de alianças que nos ajudem a alcançar esses resultados. São parceiros que compartilham da mesma visão e metodologia: transformar a vida de pessoas que tanto precisam. Isso faz toda a diferença, porque conseguimos impactar um número maior de mulheres e, juntos, fortalecemos o trabalho para que ele evolua continuamente”, afirma Silvia.
Metodologia do Instituto Dom
Neste projeto em parceria com o Instituto SYN, as participantes irão receber capacitação ao longo de seis semanas. O programa inclui palestras e dinâmicas presenciais, bem como aulas online, que trazem flexibilidade para as participantes. Além disso, elas contam com orientações de mentores ao longo de todo o processo.
O Instituto Dom desenvolveu seu próprio sistema de ensino, o SIS Dom, uma plataforma online que oferece cursos em formato simples e acessível, sempre acompanhados pelo suporte de mentores. “Na nossa plataforma, as pessoas aprendem de maneira prática e contam com a orientação de mentores em cada etapa”, explica a diretora de marketing do Instituto DOM.

A equipe de mentores é um dos grandes diferenciais da metodologia, pois acompanha as participantes em todas as suas necessidades dentro do processo de capacitação. “A parte online facilita muito, porque muitas mulheres não conseguem estar presencialmente devido ao trabalho e à rotina do dia a dia. A mentoria permite que elas tenham esse acompanhamento constante: sempre que surge uma dúvida, podem entrar em contato, enviar materiais e receber orientação de forma ágil e personalizada. Isso faz toda a diferença. Não se trata apenas de estar em um espaço físico, mas de oferecer um suporte contínuo, online e com uma retaguarda preparada para ajudar em cada passo. Esse acompanhamento próximo é o que garante a evolução e dá segurança para que elas possam avançar”, reforça Silvia.
Empreendedorismo feminino: do financeiro ao emocional
Esse projeto busca abordar não apenas na parte financeira, mas também no aspecto emocional.
“Quando uma pessoa vive em situação de vulnerabilidade e não tem condições de se manter, o apoio psicológico torna-se fundamental. Em outros projetos realizados, as participantes receberam todo o suporte necessário: desde o planejamento e o capital semente até orientações práticas de gestão, como aprender a organizar o caixa — já que muitas misturavam o dinheiro pessoal com o da empresa. Além disso, tiveram acompanhamento psicológico para que pudessem criar uma base sólida e manter o negócio mesmo após o fim do projeto. Essa continuidade é essencial: nós oferecemos as ferramentas, mas elas precisam ter condições de sustentar o trabalho depois”, explica Silvia.
O impacto foi significativo: muitas mulheres continuam mostrando seus livros-caixa ao Instituto para compartilhar seus avanços, e a maioria conseguiu estruturar seus negócios de forma consistente. “É claro que algumas não conseguiram dar andamento, o que faz parte do processo. Mas a maior parte obteve sucesso — e isso já é uma grande vitória. Conseguimos unir conhecimento, estruturação empresarial e apoio emocional, algo de que elas precisam muito em um cenário ainda tão desafiador”, revela Silvia.

Resultados e transformações
Silvia espera que, nessas seis semanas de capacitação, seja possível pelo menos plantar uma semente e oferecer uma estrutura mínima para que as participantes consigam começar a caminhar. “A ideia é ajudá-las a sair do ponto zero em que se encontram e avançar um pouco. Isso já faz toda a diferença. Nosso objetivo é justamente deixar essa semente e criar condições para que elas possam seguir em frente”, destaca.
Para Silvia, o grande desafio hoje é que são mulheres empreendedoras, que querem crescer e evoluir, mas não têm condições nem orientação adequadas. “Muitas vezes, começam seus negócios de forma desordenada e acabam também de forma desordenada. Quando recebem esse apoio, com direcionamento e mostrando caminhos para evoluir cada vez mais, tudo muda. É nesse momento que a semente é plantada: elas passam a enxergar novas possibilidades e a buscar o melhor para si, porque percebem que podem alcançar resultados reais. É isso que pretendemos agora”, conclui.

