Participante de projeto de empreendedorismo do ISYN quer ganhar o mundo
Este projeto, realizado em parceria com o Sebrae e o Instituto Ecoar capacita e potencializa empreendedores para que evoluam seus negócios e possam alçar um futuro de crescimento.
Com o fim do primeiro ciclo de mulheres solidárias, o ISYN deseja partilhar cases de algumas empreendedoras que aprimoraram seus produtos e seu próprio empreendedorismo.
Para começar, vamos conhecer a Cleide Gueiros. Ela trabalhou como publicitária por 20 anos. Porém, resolveu sair da agência e criar a Santa Amazônia, uma loja que vende produtos artesanais como aromatizadores, essências e produtos de bem-estar em geral.
Confira a seguir, nossa entrevista com a empreendedora.
Cleide, conta pra gente um pouco sobre essa transição da carreira publicitária para o empreendedorismo.
Cleide: Eu já estava há mais de 20 anos trabalhando como publicitária. Não tinha tempo para nada com aquela rotina maluca de agência e estava cansada disso tudo. Então, em 2013 montei a Santa Amazônia. Em 2016 tive alguns problemas e eu fechei a loja física, mas continuei vendendo pelo e-commerce e estou até hoje.
Estudei bastante neste período. Foi quando apareceu a oportunidade de fazer o curso pela Aliança Empreendedora. Vim fazer o curso aqui no Tietê Plaza e acabei ganhando como empreendedora destaque.
O prêmio foi ter uma vaga aqui no shopping, na Loja Colaborativa que o Instituto SYN estava montando.
Já estou a mais de dois anos e isso me proporcionou várias vantagens. Uma delas é poder registrar os meus produtos junto a ANVISA. Isso abre portas e facilita o processo de vendas.
O projeto foi um divisor de águas para mim. Isso porque, além de me capitalizar, pude testar os meus produtos e entender quais eram os mais aceitos pelo público. Com isso, pude escolher quais aromas registrar, pois é muito caro fazer cada registro.
O que te motivou a empreender?
Cleide: Principalmente a carga horária da publicidade. Trabalhava cerca de 16 horas por dia… e tem o stress, as campanhas e as entregas. Muitas vezes, virava noites para entregar uma campanha.
Então comecei a fazer alguns produtos artesanalmente e comecei a vender na própria agência. Vendia para meus amigos e eu vi muita gente amando e comprando bastante. Foi quando pensei: “Nossa, eu acho que vou fazer disso um plano B”.
Só que meu plano B acabou virando o plano A. É assim que começam os negócios. O que era um hobby acabou aumentando a demanda e vi aí uma oportunidade.
Sabemos que nem tudo são flores. Poderia compartilhar sobre algumas das dificuldades que enfrentou?
Cleide: O que mais pesa é não ter o mesmo salário que você têm no mundo corporativo. A incerteza de quanto vai entrar dinheiro no caixa. Você fica muito tempo sem ter um pró-labore.
Por isso, é preciso ter muita determinação e foco porque se não tiver, você não continua e desiste pelo meio do caminho. Se não gostar, se não tiver amor pelo negócio, você desiste.
E o momento da virada? Como as coisas começaram a melhorar?
Cleide: Eu comecei a oferecer meu produto em outras empresas. Pensei: “Preciso aumentar o meu ticket. Vou atrás de grêmios”. E comecei a fazer.
Fui na Bayer, na Folha de SP (onde já tinha trabalhado também)… fui em um monte de empresa e comecei a vender legal. Então começou a aumentar meu ticket e ficou mais próximo do que eu tinha na publicidade.
Como conseguiu seguir produzindo de forma artesanal?
Cleide: Com o aumento nas vendas, tive que procurar uma fábrica. Eu levei lá e disse que queria a minha fórmula reproduzida.
É como se fosse uma receita de bolo. Fizemos um contrato de confiabilidade e a minha condição foi que ficasse do jeito que é o meu produto, do jeito que eu tinha sucesso vendendo. Caso contrário, não tem sentido mudar toda a essência.
Os produtos não são mais feitos artesanalmente, mas eles têm o toque da minha fórmula, da minha essência.
Falando em essência, conta pra gente um pouco mais sobre seus produtos e sobre o nome “Santa Amazônia”.
Cleide: Os meus produtos são para bem-estar. São para você e para sua casa. Temos uma linha de aromatizadores de ambiente, águas para lençóis, argila para pele, linha de saboaria natural, entre outros.
São produtos feitos com óleos essenciais e ativos da Amazônia. Por isso, surgiu o nome “Santa Amazônia”.
Você já conseguiu exportar seus produtos? Caso sim, pode compartilhar como foi a experiência?
Cleide: Em 2016 eu tive a primeira experiência de exportação. Mandei 500 sabões para a Nova Zelândia.
Na época, minha loja ficava do lado de um flat e tinha muitos gringos por conta da Copa de 2014. Eles amaram os produtos! Ainda mais porque na embalagem tinha a bandeira do Brasil e era um produto da Amazônia. Foi uma loucura porque não tinha a expertise de exportar, mas eu tudo certo. Além disso, depois renovaram o pedido e mandei mais um lote!
Com a ajuda do Sebrae e do Instituto SYN, participei da Feira do Empreendedor. Lá, me abriram novos horizontes. Agendei várias reuniões com o pessoal de fora, me virei com o Google Tradutor e fiz muito network.
Agora, eu preciso me preparar para exportar. O que eles querem? Que eu envie meus produtos em um container. Eles pagam a vista, mas querem um container.
A fábrica com a qual eu trabalho hoje não tem essa capacidade e eu não tenho dinheiro para essa escala. Ainda não, mas eu vou ter!
Como foi o período da pandemia para os negócios?
Cleide: Lógico que pessoalmente foi um período triste. Perdi pessoas da família e amigos… agora, com o olhar no negócio, foi muito positivo, pois o e-commerce bombou.
As pessoas do mundo em home office queriam o quê? A casa perfumada e arrumadinha. Então foquei nessa modalidade.
Contratei motoboy, pois as pessoas não saiam de casa. Investi no meu site e até hoje divulgo bastante por ele.
No final deste semestre, o ciclo de vocês nas Lojas Colaborativas acaba para dar oportunidades a novos empreendedores e empreendedoras. Quais as suas perspectivas de futuro?
Cleide: As minhas perspectivas são de me preparar para ter uma loja ou quiosque no shopping para aumentar minhas vendas. Preciso escalonar o meu produto para atender ao mercado externo, que amam meus produtos! Preciso me adequar as regras para exportar (que não são poucas).
Estou fazendo pós-graduação em aromaterapia. Não sei se vou ser aromaterapeuta, mas quero entender como funciona cada óleo e cada essência, para poder explicar aos meus clientes como cada produto age.
Não é porque o produto é natural que ele não faz mal. Pode fazer sim, se não utilizado corretamente.
Também quero abrir um canal no Youtube para explicar essas coisas e conversar com médicos, etc. Sabe, eu me apaixonei por essa área!
Você acabou de dizer que gosta do que faz. O que te motiva?
Cleide: Ajudar as pessoas. Eu vejo que o meu produto ajuda a pele das pessoas. Deixam as casas das pessoas mais perfumadas.
Tenho clientes que falam que meus produtos têm cheiro de paz. Isso não em preço!
Para concluir, gostaria de deixar algum recado para quem deseja empreender?
Cleide: É desafiador, mas se você fizer com amor, vai ter retorno! É imprescindível gostar do que faz.
Também gostaria de aproveitar para falar da importância do Sebrae na minha caminhada. As formações (principalmente o Empretec).
Quero agradecer a Joyce e a Claudia (ambas do Sebrae), ao Instituto SYN por fazer a diferença na vida dessas empreendedoras, ao Instituto Ecoar e as meninas da loja colaborativa.
E quero convidar a todos os leitores para entrar no meu site e nas minhas redes sociais.
Mais informações:
Site: www.santaamazonia.com.br
Redes sociais:
Instagram: @santa.amazonia
Facebook: @santaamazonia
WhatsApp: (11) 99365-4032