Nas Lojas Colaborativas, histórias mostram como o artesanato pode abrir caminhos e afirmar identidades

O artesanato é mais do que uma técnica. É também uma forma de reconstruir trajetórias, gerar renda e expressar valores. Nas lojas colaborativas, Ana Cristina Zanetti, Edna dos Santos Vieira Gama e Carlos Eduardo Rodrigues Fernandes Reis compartilham histórias que revelam como o fazer manual pode ser ponto de partida para novos rumos.
Ana Cristina Zanetti: brinquedos artesanais que unem ludicidade, inclusão e propósito
Aos 49 anos, Ana Cristina Zanetti decidiu transformar uma paixão antiga em negócio. A marca Mãos Divertidas foi oficialmente criada em 2025, mas sua origem remonta a 2020, quando um problema de saúde na família a levou a repensar sua trajetória profissional. O artesanato, que antes era hobby, passou a ser também alternativa de renda e reconexão com o que fazia sentido.

“A motivação surgiu tanto da necessidade de gerar renda com horários mais flexíveis quanto do desejo de repensar os rumos que eu queria dar à minha trajetória.”
Na Loja Colaborativa do Grand Plaza, Ana desenvolve brinquedos e jogos artesanais voltados ao desenvolvimento cognitivo, sensorial e emocional de crianças — e de adultos com dificuldades cognitivas. Entre os destaques estão os dedoches de feltro, que estimulam a linguagem e a imaginação, e o Montar & Brincar, um jogo de encaixe feito em MDF e feltro, com desafios em 2D e 3D.
📍 Instagram: @maosdivertidas
Edna dos Santos Vieira Gama: costura criativa como prática de afeto
Aos 61 anos, Edna dos Santos Vieira Gama encontrou na costura criativa uma forma de ocupar o tempo e, com o tempo, descobriu também uma paixão. Com incentivo de uma amiga, começou a fazer aulas e, aos poucos, foi ampliando seu repertório de produtos.
“Comecei com puxa-saco de galinha, pano de copa… e aí foi. Eu amo o que eu faço.”

Hoje, Edna atua na Loja Colaborativa do Shopping Cidade São Paulo com uma produção variada, mas destaca os panos de copa, que são os mais procurados — tanto pela qualidade do material quanto pelo acabamento. Cada peça é concebida com cuidado, pensando tanto na estética quanto no uso cotidiano.
📍 Instagram: @edna_artesanato
Carlos Eduardo Rodrigues Fernandes Reis: crochê como arte, fé e resistência
Conhecido como Kaê Fernandes, o artista têxtil Carlos Eduardo Rodrigues Fernandes Reis, 43 anos, encontrou no crochê uma forma de entrelaçar espiritualidade, ancestralidade e expressão artística. Em 2018, começou a criar esculturas têxteis para uso pessoal. O incentivo de amigos o levou a empreender, dando origem à marca Artesanato Yorubá.
“Minhas mãos entrelaçam fios e espiritualidade, dando forma às esculturas de Orixás. Cada obra é um ato de devoção, memória e resistência negra.”

Na Loja Colaborativa do Shopping Cidade São Paulo, Carlos apresenta duas linhas principais: as esculturas têxteis de Orixás, feitas em crochê, e as biojoias, produzidas com materiais naturais como sementes, cascas e pedras. Cada peça carrega referências da cultura afro-brasileira e é criada com respeito e intenção.
📍 Instagram: @artesanato_yoruba