Mulheres que conectam identidade, arte e negócio nas Lojas Colaborativas 

Cilene, Gisele e Anna Paula participam da nova edição do projeto Lojas Colaborativas do Instituto SYN. Suas histórias têm em comum o encontro entre o fazer manual, a valorização das raízes e a autonomia conquistada por meio do empreendedorismo criativo. 

Cilene Cristina de Oliveira – String Art como forma de expressão e representatividade 

Shopping Cidade São Paulo – São Paulo (SP) 
📲 @pregoeartes 

Foi durante um momento difícil, marcado por depressão e ansiedade, que Cilene Cristina, hoje com 48 anos, reencontrou no artesanato não apenas um alívio emocional, mas um verdadeiro caminho de transformação. Criadora da marca Prego e Artes, ela se apaixonou pela técnica do String Art — quadros feitos com pregos e linhas — e deu a ela um propósito claro: falar de cultura preta, religiosidade afro-brasileira e representatividade. 

“Esses são assuntos que conversam diretamente com quem eu sou como pessoa e com o público que quero atingir.” 

(Foto: divulgação Cilene Cristina Oliveira)

Com cinco anos de história, sua marca hoje é reconhecida por peças que vão muito além da estética. Os quadros de Orixás são os mais vendidos, seguidos por peças com frases personalizadas escolhidas pelos clientes — sempre carregadas de identidade e significado. 

Cilene começou a empreender motivada pela maternidade, em busca de conciliar a vida profissional com o acompanhamento da vida escolar e social dos filhos. Sua dica para quem tem medo de começar é poderosa: 

“Confie na sua intuição. Só você sabe o melhor jeito, o melhor tempo e a melhor forma de fazer acontecer. Jamais se desumanize — ou permita que façam isso com você.” 

Na Loja Colaborativa, ela deseja alcançar novas pessoas e aprender mais sobre o trabalho em grupo. E conclui com uma reflexão potente sobre o impacto da arte na vida cotidiana: 

“Mesmo de forma sutil, objetos de decoração com representatividade nos lembram diariamente de onde viemos, no que acreditamos e quem somos. Isso fortalece e empodera.” 

Gisele Aparecida Costa Zanoni – O crochê e o bordado como forma de ensinar e aprender 

Grand Plaza Shopping – Santo André (SP) 
📲 @ateliegizanoni 

Gisele Zanoni, 50 anos, reencontrou nas atividades manuais da infância e adolescência — o crochê e o bordado — um caminho para empreender. Em 2023, iniciou sua jornada como artesã profissional ao perceber que poderia aliar o cuidado com os filhos à oportunidade de ensinar e gerar renda com aquilo que ama fazer. 

“Sempre me interessei por novas técnicas, mas nunca enxerguei isso como profissão. Hoje, busco qualidade de vida e realização.” 

(Foto: divulgação Gisele Zanoni)

Seus produtos mais marcantes são as mandalas de crochê, conhecidas pelas combinações de cores que despertam sensações e pela beleza visual única. Outro destaque são os bastidores de bordado livre, versáteis para ocasiões especiais como casamentos, maternidades ou decorações personalizadas com temas do cotidiano. 

Formada em pedagogia, Gisele vê no artesanato uma extensão natural de sua vocação: 

“Trabalhar com artesanato tem me permitido ensinar e, principalmente, aprender. A busca constante por conhecimento é o que move meu negócio.” 

Sua expectativa na Loja Colaborativa é aprender com outras empreendedoras e alcançar um novo público, ampliando o alcance de sua arte. E, para quem tem vontade de começar, mas sente medo, ela reforça: 

“O conhecimento é primordial para o sucesso.” 

Anna Paula Paranhos – Moda afro-brasileira como celebração ancestral 

Tietê Plaza – São Paulo (SP) 
📲 @afrocria 

Há sete anos, a designer de moda Anna Paula Paranhos, 54 anos, criou a marca Afrocria como resposta à urgência de afirmar sua identidade enquanto mulher preta e de quebrar paradigmas por meio da moda. Mais do que roupas, ela desenvolve peças que são manifestações de afeto, ancestralidade e resistência cultural. 

“Quis fazer um movimento de saudação ancestral através da moda que faço com afeto.” 

(Foto: divulgação Anna Paranhos)

Cada etapa do processo — do design à costura, até a entrega — é feita por ela mesma. As peças são de edições limitadas, com destaque para camisas e camisetas que misturam tecidos africanos e lisos, incluindo também modelos agênero, que desafiam os padrões da moda tradicional. 

Com atendimento sob demanda em seu ateliê, ela celebra agora a oportunidade de contar com um ponto de venda fixo durante seis meses no Tietê Plaza: 

“Com esse espaço, posso reduzir a participação em feiras pagas e alcançar mais pessoas.” 

A dica de Anna Paula para quem deseja começar é direta e estratégica: 

“Planejar antes de começar.”