Empreender para seguir: Três histórias de coragem e criação em tempos de reinvenção 

Empreender nem sempre foi um plano traçado no papel — mas, para muitas pessoas, tornou-se uma alternativa possível (e poderosa) diante de mudanças inesperadas na vida. Na loja colaborativa do Shopping Tietê Plaza, três mulheres compartilham suas jornadas, nas quais talento, coragem e desejo de autonomia se encontram com a urgência de seguir em frente. Elas mostram que, mesmo com medo, vale a pena tentar — e que um negócio pode ser muito mais do que uma fonte de renda: pode ser um recomeço cheio de propósito. 

Entre tecidos africanos e biojoias: a identidade como ponto de partida 

A pandemia foi o ponto de virada para Cláudia Cristina Silva dos Santos, que finalmente colocou em prática um sonho antigo. Com os custos da faculdade pesando no orçamento, ela decidiu criar uma marca própria de acessórios e utilitários que refletissem sua história, valores e estética. Assim nasceu a Ouros da Terra, um negócio que começou como alternativa financeira e hoje representa a realização de um projeto de vida. 

Claudia Cristina Silva dos Santos (foto: divulgação)

“A ideia surgiu da necessidade, mas o desejo de empreender sempre esteve comigo. Já havia tentado em outras áreas, mas foi com a Ouros da Terra que senti que finalmente encontrei meu lugar.” 

As bolsas confeccionadas com tecidos africanos são mais do que peças de moda: carregam ancestralidade, significado e propósito. Já as biojoias feitas com capim dourado chamam atenção pela leveza e sofisticação — além do compromisso com a sustentabilidade. 

A experiência na loja colaborativa tem sido estratégica para Cristina, que olha para o futuro com determinação: 

“Quero entender a dinâmica de uma loja em shopping, conhecer o comportamento do público e aprender. Um dia, pretendo abrir uma loja física exclusiva da minha marca.” 

E para quem deseja empreender, mas sente medo, ela tem uma resposta direta: 

“Vai com medo mesmo.” 

📲 Conheça mais: @ouros.da.terra 

Entre fios e resistência: o crochê como ferramenta de reinício 

Luciana Magalhães da Silva sempre soube que tinha talento com as mãos. Produzia peças em crochê para amigos e familiares, mas ouvia, repetidamente: “É bonito, mas artesanato não dá dinheiro.” Por anos, essa frase minou sua confiança — hoje, é justamente o que a motiva a provar o contrário. 

Luciana Magalhães da Silva (foto: divulgação)

Após deixar o emprego CLT por questões de saúde, suas e da mãe, Luciana decidiu não adiar mais o sonho. Em maio de 2024, formalizou seu MEI e mergulhou de vez no empreendedorismo. 

Hoje, sua produção é diversa: bolsas ecobag, acessórios, mandalas, flores, chaveiros, toucas e até descansos para xícaras. Os materiais também variam: ela mistura crochê com pedras, miçangas, arames, tecidos, MDF e até recicláveis como papelão, vidro e garrafas PET. 

“É um trabalho artesanal, com significado e feito com muito carinho. E agora, com planejamento e persistência, está se tornando minha fonte principal de renda.” 

Na loja colaborativa, Luciana busca aprendizado e novas conexões que possam levá-la ao próximo passo: abrir sua própria loja. 

Seu conselho para quem quer empreender: 

“Você até pode começar sozinha, mas com o tempo procure fazer cursos, buscar mentoria e parceiros que acreditem na sua arte. Vai ver que não está sozinha.” 

📲 Conheça mais: @luamags 

Costurando sonhos: da demissão ao próprio negócio 

Por muitos anos, Marli Nascimento dos Santos manteve um sonho em pausa. Entre o trabalho CLT e a criação dos filhos, tentou empreender algumas vezes, mas não conseguiu dar continuidade. Até que, em julho de 2023, a demissão chegou — e com ela, a oportunidade de transformar a vida. 

Marli Nascimento dos Santos (foto: divulgação)

“Foi o empurrão que eu precisava. Decidi não adiar mais. Reabri meu MEI, comecei a me organizar, fazer cursos e traçar metas. Minha família e amigos me apoiaram muito, e isso fez toda a diferença.” 

Hoje, Marli comanda a marca Lili Baby, especializada em roupas personalizadas para bebês, como bodies de mesversário e saias de tule — peças que encantam pais, avós e madrinhas. 

A chegada de um novo membro à família, um cachorrinho, inspirou a criação de uma nova linha: roupinhas para pets. Ao lado da mãe, que é costureira e sua parceira na produção, Marli dá vida a peças feitas com afeto e cuidado. 

“Estamos costurando sonhos juntas. Esse momento tem sido muito especial.” 

Na loja colaborativa, ela vê uma oportunidade concreta de testar seus produtos, aprender com outras empreendedoras e fortalecer sua marca. 

Seu recado para quem deseja começar: 

“Sonhe grande, mas se organize. Pesquise sobre seu produto e seu público. Não desista — com fé e persistência, você chega onde quiser.” 

📲 Conheça mais: @lilibaby.br