Lojas Colaborativas: artesanato e transformação 

Três mulheres, três trajetórias únicas e um ponto em comum: o empreendedorismo que nasceu do afeto, da descoberta e da coragem de começar. Margarete, Eunice e Patrícia nunca imaginaram que poderiam transformar hobbies, gestos de carinho e incentivos de familiares e amigas em negócios reais. Hoje, elas integram o projeto Lojas Colaborativas Junto & Misturado e mostram, com suas histórias, que empreender também é se reconhecer capaz — mesmo quando o plano inicial era apenas fazer algo bonito para alguém querido. 

Margarete Santos Sant’Anna: Redescobrindo talentos e empreendendo com personalidade 

Aos 58 anos, Margarete Santos Sant’Anna encontrou um novo caminho após a aposentadoria. Ex-diretora de escola e moradora de São Paulo, ela redescobriu no artesanato uma paixão — e, mais do que isso, uma oportunidade de negócio. 

Margarete Santos Sant’Anna (foto: divulgação) 

Sua jornada começou com aulas de bijuteria oferecidas por um sindicato de profissionais da educação (UDEMO). O que era apenas um passatempo logo se transformou: amigas começaram a pedir peças personalizadas e, aos poucos, surgiram os primeiros pedidos. 

Inspirada por uma reportagem na TV, Margarete conheceu o programa Mãos e Mentes Paulistanas. A partir disso, fez cursos de capacitação e passou a expor seus produtos em feiras do programa. Foi nesse circuito que conheceu as Lojas Colaborativas Junto & Misturado. Após formação no Sebrae, foi selecionada para o grupo do Shopping Cidade São Paulo. 

Com o tempo, sentiu que as peças não refletiam totalmente sua identidade criativa. “Sentia que faltava personalidade nas bijuterias montadas com materiais comprados. Estava tudo muito parecido”, relembra. A partir dessa inquietação, passou a trabalhar com cerâmica plástica (polymer clay), criando peças autorais, coloridas e cheias de estilo. Depois, incorporou também biojoias feitas com plantas desidratadas e resina. 

Hoje, produz colares, brincos, pulseiras e anéis com acabamento artesanal e metais hipoalergênicos, como aço inoxidável e banhos de ouro. 

Mesmo sem se considerar habilidosa no início, ela persistiu: “Comecei como uma brincadeira, e agora vejo isso como um empreendimento de verdade.” 

Margarete encara a loja colaborativa como uma forma de consolidar sua marca e alcançar novos públicos. E deixa um recado direto para quem quer começar: 

“Inicie, faça cursos, se aperfeiçoe. Você é capaz de tudo.” 

📲 Conheça mais: @margaretesantosacessorios 

Eunice Cristina Baia: Quando o talento de mãe vira marca de moda

A história de Eunice Cristina Baia nasceu de um gesto simples e cheio de afeto: atender a um desejo da filha, que queria um biquíni e uma calça de crochê. Ela produziu as peças, e o sucesso entre as amigas da filha foi imediato. Assim, nasceu o Ateliê Bem Me Quero Moda, em 2022. 

Eunice Cristina Baia (foto: divulgação) 

“Comecei por causa da minha filha, mas as amigas dela viram, adoraram, começaram a pedir também… e tudo foi crescendo naturalmente”, relembra Eunice. 

Atualmente, a marca está presente na loja colaborativa do Grand Plaza Shopping, onde Eunice expõe seus produtos e amplia sua rede de clientes. 

O carro-chefe são os biquínis de crochê — tanto os 100% artesanais quanto os customizados com detalhes feitos à mão. Os bucket hats também fazem sucesso e já se tornaram item queridinho da marca. 

Diferentemente de muitas histórias que começam por necessidade, Eunice sempre sonhou em empreender, só não sabia como. Foi esse momento com a filha que lhe deu direção. 

“Sempre quis empreender, só não sabia exatamente com o quê. Esse pedido fez tudo fazer sentido.” 

Na loja colaborativa, ela encontrou muito mais do que um ponto de vendas: ganhou visibilidade, aprendizado e espaço para crescer. 

“Quero vender muito, claro!”, brinca. “Mas o mais importante é poder me desenvolver de verdade.” 

E seu conselho para quem quer começar? 

“Se desafie e conquiste seu sonho.” 

📲 Conheça mais: @ateliebemmequeromoda 

Patrícia Aparecida de Oliveira Souza: Do presente artesanal ao negócio cheio de significado 

Patrícia Aparecida de Oliveira Souza não começou com um plano de negócios. Seu ateliê nasceu da vontade de criar e presentear com afeto. Começou pintando caixas de MDF e explorando técnicas de scrapbook e decoupage. Com o tempo, surgiram as encomendas — e, em 2019, nasceu oficialmente o Ateliê Pati Souza

Patrícia Aparecida de Oliveira Souza (foto: divulgação)

“Me apaixonei pelas técnicas logo no começo. Fiz para mim, depois para amigas, e os pedidos começaram a chegar”, conta ela, que hoje integra a loja colaborativa no Grand Plaza Shopping, em Santo André.

Seus produtos são pensados especialmente para mulheres e mães: porta-joias, caixas organizadoras, porta-maquiagens e kits de higiene para bebês estão entre os mais vendidos. Cada peça carrega utilidade e emoção. 

Gosto de ver o resultado final, mas ainda mais a felicidade de quem recebe a peça pronta.” 

Empreender não era um plano, mas se tornou um caminho de realização pessoal e financeira. Com o crescimento do ateliê, Patrícia viu a chance de complementar a renda, conquistar autonomia e expressar sua criatividade. 

“Foi acontecendo. Eu fui acompanhando esse movimento.” 

Para ela, a loja colaborativa representa aprendizado, divulgação e profissionalização. 

“Quero crescer, divulgar, vender e aprender sempre.” 

E para quem está em dúvida se deve começar: 

“Não desista. As dificuldades e críticas vão aparecer, mas, se é isso que você quer, lute. Lute pelos seus sonhos.” 

📲 Conheça mais: @atelie_patisouza